domingo, 15 de março de 2015

50 Tons de Cinza - Análise Crítica



Apesar das críticas extremamente ruins sobre “Cinquentas Tons de Cinza”, assisti mesmo assim. Não li o livro e nem pretendo ler. Ouvir as pessoas falando sobre como era a história já me deixou completamente desanimada. Também não estava esperando muito do filme. Já imaginava que ia ser chato, mas confesso que estava um pouco curiosa, até porque muitos ficaram falando das cenas que eram tão ridículas que você morria de rir.......mas me contaram tantos detalhes sobre essas cenas que, quando fui assistir, já não tinha mais graça. Então, recadinho para você que ainda não viu o filme: não deixe a sua diversão ser estragada pelos spoilerteiros de plantão.
Tá, chega de conversinha e vamos ao que interessa: minha brilhante (quero dizer, humilde) opinião sobre o filme. Até gostei do começo, mas depois ficou muito chato. MUITO, MUITO, MUITO chato. Nem culpo os diretores, os roteiristas e o resto do pessoal por isso, afinal, eles não tinham muito o que fazer, já que estavam trabalhando com um material extremamente limitado (leia-se: um livro que praticamente não tem história). As únicas opções – na verdade, não são opções de fato, mas apenas hipóteses bem distantes da realidade – que talvez melhorariam a qualidade da trama seriam:
A) mudar drasticamente a história do livro – para, assim, poder fazer um filme que tivesse um enredo de verdade –  mas claro que ninguém iria ter coragem de fazer isso e enfrentar uma provável fúria dos fãs (não sei como, mas tem gente que gosta do livro do jeito que ele é: sem ter uma história de fato);
B) fazer apenas um filme sobre a trilogia inteira – juntar três livros que praticamente não tem história em um só talvez resultaria em uma historinha até um pouco intrigante e divertida – , mas claro que essa ideia seria absolutamente inconcebível, afinal, três filmes dão muito mais dinheiro que um só;
C) fazer quase que um pornô mesmo, com cenas de sexo bem explícitas – o que iria agradar bastante a um grupo específico de pessoas – mas também se trata de uma ideia inaceitável, já que o filme ficaria restrito aos maiores de dezoito anos (leia-se: menos pessoas para ir ao cinema e, consequentemente, menos lucro) e provavelmente não iria agradar aos fãs do livro.
Ou seja, realmente não tinha muito o que fazer e o resultado foi um filme extremamente chato, inclusive no que diz respeito às cenas de sexo. Como a classificação indicativa era de 16 anos, foi tudo muito light, típico de filme para adolescentes: mostra um pouco das preliminares e, na hora de começar o sexo de fato, tira da cena......
É praticamente um círculo vicioso que está presente em quase toda a trama: preliminares, sex......tira da cena; preliminares, preliminares, se.....tira da cena; preliminares, preliminares, preliminares, s......tira da cena.......ou seja, é um filme que tem várias cenas de sexo, mas que não mostram o sexo. Não é à toa que uma das sugestões  da lista de “opções para melhorar a trama” era fazer um filme mais pornográfico (apenas no sentido de ter cenas de sexo mais explícitas, não de ser um pornô de verdade, óbvio). Teria sido mais coerente  do que ser algo que não é nem uma coisa nem outra.........
Justiça seja feita, gostei muito de alguns aspectos da trama: não é tão machista quanto pensei que seria e me surpreendi com a Anastasia Steele! Achei que ela fosse ser uma coitadinha sem amor próprio e que fazia qualquer coisa para agradar o Christian Grey, mas vi que não é bem assim e fiquei muito feliz por isso. Além de que, amei a atuação da Dakota Johnson, ela tava tão fofa! Quanto ao Jamie Dornan, não tenho muito o que dizer. Muitos detestaram a atuação dele, mas, para mim, ele não fede nem cheira rsrsrs ta, pensando bem, talvez a escolha do ator não foi lá das melhores........de fato, a química do casal não era muito “palpável”.
Enfim, é um filme bem chato (tirando a parte do começo, que tem um pouco de história), mas certamente muitas pessoas que ainda não viram vão querer assistir por curiosidade. E não culpo vocês, afinal, também fiz isso rsrsrs  e é até legal ficar criticando o filme depois, seja com os amigos, seja fazendo um post no facebook ou no blog........

É isso gente, espero que tenham gostado! Não se esqueça de comentar e deixar o link do seu blog, canal, fan page........



Bjs, Tati.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Gone Girl: Possíveis Teorias (COM SPOILERS)

Imagem da autoria de Tati Figueiredo

Oi gente, no post de hoje vamos fazer uma análise bem divertida de Gone Girl (ou “Garota Exemplar”) e, obviamente, está cheia de spoilers porque foi feita para quem já assistiu ao filme. Se você ainda não viu, recomendo que leia o meu post GoneGirl: Análise Crítica (SEM SPOILERS) e aí, depois que você assistir, volta aqui e leia este! Enfim, vamos lá começar:

1 Diferenças entre o livro e o filme 

Para ajudar na nossa análise, é importante ter noção de algumas diferenças entre o livro e o filme (não li o livro, retirei as informações dos sites Time, Zimbio e Washingtion Post):
– No filme, Amy e Nick começam a namorar logo depois de se conhecerem. No livro, se conhecem e se reencontram oito meses depois, ao se “esbarrarem” por acaso na rua.   
– No filme, Nick faz o pedido de casamento durante a festa de lançamento do Amazing Amy Gets Married. No livro essa cena não existe, a festa de lançamento acontece antes de Amy começar a namorar Nick. E ela não conta como foi o pedido de casamento.
– No livro, há quatro pistas, cada uma levando a um lugar diferente em que Nick tinha feito sexo com a sua amante Andie. Amy usa cada um desses lugares para incriminá-lo de alguma maneira. No filme, ele tem que ir a apenas três locais para encontrar as pistas: seu escritório, a casa de seu pai e o galpão atrás da casa da sua irmã Margo. A pista que leva Nick até Hannibal foi retirada.
– O filme não mostra as anotações românticas de Amy para Nick (em que ela fala coisa do tipo “você é inteligente”), que fazem com que ele se apaixone por ela de novo.  
– No livro, Nick fala da misoginia (aversão às mulheres) do seu pai e de sua própria luta contra esse impulso para odiar mulheres.
– No livro, Nick precisa desesperadamente do apoio dos pais de Amy como estratégia para conseguir o apoio do povo.
 – No livroAmy conta que a sua mãe sofreu vários abortos antes de tê-la, e nomeou os bebês não nascidos de Hope (“esperança”) e seus aniversários eram lembrados todo o ano.
 No livro, Nick, o pai de Amy e alguns amigos vão até o shopping abandonado com bastões de baseball para confrontar os Blue Books Boys sobre o desaparecimento da garota e lá eles ficam sabendo que ela tentou comprar um arma. No filme, os detetives é que vão ao shopping e descobrem essa informação.
– No filme não mostra a estratégia de Amy de passar o ano anterior ao seu desaparecimento fingindo que tinha pavor de sangue para que, quando a polícia fosse investigar o caso, não suspeitasse que foi ela quem jogou o próprio sangue no chão.
– No filme, Amy joga seu sangue pelo chão usando um IV, enquanto que, no livro, ela usa um estilete para fazer cortes em seu braço.
 No livro, Nick termina o seu relacionamento com a amante Andie a pedido do seu advogado, Tanner Bolt. Andie fica furiosa e morde Nick. Isso, porém, não tem no filme.
 No filme, Amy acusa Tommy de estupro, o que arruinou a sua reputação para sempre. Nick o encontra desempregado e sozinho em Nova York. No livro, porém, Nick fala com Tommy ao telefone e conta que Amy retirou as acusações contra ele.
– No livro, quando a polícia e as pessoas ficam contra Nick, ele, atordoado, vai para um bar, fica bêbado e concorda em fazer uma entrevista com uma jornalista, que grava tudo pelo celular e coloca o vídeo na internet, que se torna um viral. Nick, relaxado, consegue falar bem da esposa, o que ajuda a melhorar a sua imagem. No filme, ele só consegue isso na entrevista do programa de TV.
– No livro, depois do sucesso do vídeo da sua entrevista, Nick começa a fazer vídeos para a internet diariamente, tentando falar bem de Amy. No filme não tem nada disso.
 No livro, Amy conta uma história falsa para Desi sobre ter sido abusada sexualmente pelo seu pai.
 No livro, Amy droga Desi depois de fazer sexo com ele e corta sua garganta enquanto está dormindo. No filme, porém, ela faz isso durante o sexo.
 No livro, a mãe de Desi, histérica, vai até a policia contar que Amy matou seu filho. Ela estava tão descontrolada que teve que ser retirada da delegacia. Essa personagem sequer é mostrada no filme.
 Depois que Amy volta e conta que Desi a sequestrou, a detetive Rhonda Boney, não acreditando na história dela, ajuda Nick a tentar encontrar provas para incriminá-la. No filme, a detetive desiste do caso logo depois do retorno de Amy.
 No livro, Amy envenena a si mesma com antifreeze (substância que evita o congelamento do líquido que refrigera o motor do carro), vomita de volta e guarda-o, ameaçando usá-lo como evidência de que Nick teria tentado matá-la caso ele a abandonasse. Nick descobre onde está guardado e joga fora. Nada disso está no filme. 
– Depois que Amy volta, Nick decide escrever um livro contando o seu lado da história e planeja se divorciar depois de publicá-lo, deixando que as pessoas decidam em quem acreditar. Ele, porém, desiste do livro quando Amy conta que está grávida. No filme, Nick não tenta escrever nenhum livro, apenas planeja contar a sua versão da história durante uma entrevista com Ellen Abbott, mas desiste ao saber da gravidez da esposa.  

 2 Análise dos personagens

Amy
Amy, uma garota linda, inteligente, charmosa, sexy, misteriosa........impressiona muito a segurança que ela mostra ter frente à sua “pequena fama”, digamos assim. A cena do lançamento do livro Amazing Amy is Getting Married, apesar de não estar no livro, retrata muito bem isso: vários repórteres fazendo perguntas para Amy sobre o fato de ainda ser solteira e ela consegue lidar com tudo isso com muita calma e tranquilidade (mesmo não fazendo ideia de que estava prestes a ser pedida em casamento). E, nas vezes em que Nick critica o comportamento de seus pais, de expor a filha dessa maneira, Amy simplesmente não demonstra qualquer tipo de rancor ou trauma. Parece que sempre lidou muito bem com essa situação.........
Claro que não era bem assim. Aliás, NEM UM POUCO assim. A existência de uma versão literária perfeita de Amy a afetou profundamente, fazendo com que se tornasse uma verdadeira competidora de si mesma, tentando sempre provar que consegue ser a Amazing Amy. Que consegue ser amada e admirada por todos; ser a garota linda, divertida, inteligente, talentosa e sexy; ser a mulher idealizada por qualquer homem, que prepara surpresas sexys e não reclama de nada.........enfim, ser a garota perfeita.  
Sim, Amy tenta ser (ou, pelo menos, parecer ser) Amazing Amy a qualquer custo.........mas daí você pode questionar: essa obsessão é que fez com que Amy se tornasse uma sociopata? Acredito que não tenha sido só por isso. Provavelmente ela já devia ter tendências sociopatas, mas a obsessão com a personagem com certeza ajudou muito a trazer o seu lado “sombrio” à tona.
Além da Amazing Amy, também não podemos nos esquecer dos Hopes (hope = esperança), que são os irmãos de Amy que nunca nasceram, mas que eram sempre lembrados pelos seus pais. Apesar de não estar no filme, é uma informação importante de se ter em mente, afinal, foi mais um fator que despertou a sociopatia da moça, uma vez que é quase impossível competir com alguém que, por não ter vivido, nunca cometeu e jamais vai cometer erros e, por isso, serão sempre considerados pelos seus pais como os filhos que poderiam ter sido perfeitos. Pensando por esse lado, talvez a vontade de ter um filho perfeito é que os levou a criar a Amazing Amy, que era tudo o que a filha deles não podia ser, mas que talvez os Hopes poderiam ter sido............
Sim, pode ser que os pais dela fossem de fato obsecados (pelo visto Amy teve para quem puxar rsrsrs) em ter um filho perfeito.......não sei se no livro deixa a entender algo assim, mas acho que faz todo o sentido. Afinal, imagine se seus pais criassem um personagem literário que fosse a versão perfeita de você mesmo? E, para completar, ainda falassem constantemente dos seus irmãos que nunca nasceram, como se você não bastasse, como se tivesse falhado em seu papel de filho(a) ? Seria muito estranho, não?!
Pois é, isso tudo afetou muito a Amy, que provavelmente sentia que não era suficiente por não ser perfeita como os Hopes e como a Amazing Amy......mas daí você pode questionar: Então tudo o que Amy fazia era para provar para seus pais que podia ser a filha perfeita que eles sempre quiseram? Não dá para saber ao certo (afinal, no filme sequer mostra os pais dela direito, muito menos como era a relação deles com a filha, e eu não sei como o livro explora esse assunto), mas, de qualquer maneira, uma coisa é clara: a obsessão de Amy atingiu proporções gigantescas, de modo que ela queria mostrar, para o maior número de pessoas possível, que era perfeita como a Amazing Amy.
Acredito, porém, que a obsessão dela não foi sempre grandiosa assim. Me parece que, antes, ela focava mais em ser a garota perfeita apenas para as pessoas de seu convívio social e, para manter sua imagem sempre intacta, usava de alguns “artifícios”, como acusar o seu namorado Tommy de estupro.   
É provável que Amy se sentia frustrada por não conseguir encontrar o cara “certo”, afinal, se ela quisesse ser perfeita como a Amazing Amy, teria que ter o homem perfeito para, assim, serem o casal perfeito e formarem a família perfeita.......foi então que conheceu Nick, um cara lindo, inteligente, escritor, sexy, enfim, parecia ter todas as qualidades necessárias para ser o parceiro perfeito da garota perfeita (tá, vou parar de falar “perfeito”, pelo menos por enquanto rsrsrs).
Pois bem, se casaram e viveram felizes.........por certo tempo. Acredito sim que a convivência era boa no início, que Amy se esforçava para ser a esposa “ideal de qualquer homem”, a mulher que prepara surpresas sexys e não reclama de nada..........mas isso não durou muito tempo. O agravamento dos problemas financeiros do casal (desemprego, dívidas, etc) foi o “play” para o declínio de seu casamento. Acredito sim que Amy tenha tentado ser paciente e contornar a situação sem perder a imagem da “esposa ideal que nunca reclama”, mas foi se tornando uma tarefa cada vez mais difícil, principalmente depois de ter  que se mudar para Missouri para cuidar da mãe doente do Nick.
A partir de então, tudo fica muito confuso na história. Não dá para saber exatamente o que aconteceu, porque não sabemos o que é ou não verdade, mas mesmo assim vou me arriscar a fazer um breve esboço: acredito que a máscara da “esposa ideal” de Amy foi se desfazendo cada vez mais e ela provavelmente não conseguia mais esconder o quanto estava detestando tudo aquilo; com relação ao Nick, acredito que ele só continuava casado pela questão financeira (afinal, os bens estavam no nome dela, incluindo o bar e a casa) e, por isso, ele não deve ter feito o menor esforço para tentar fazer Amy se sentir mais “acolhida” na nova cidade.
E, assim, criou-se um clima insuportável: de um lado, Amy não estava nem um pouco contente, mas não podia se separar do marido porque seria admitir publicamente que fracassou em ser a “esposa ideal vivendo um casamento perfeito”, ou seja, fracassou em ser a Amazing Amy; de outro lado, Nick também estava super infeliz, mas não podia se separar por causa da já mencionada questão financeira.
Em meio a esse cenário, Amy comenta com Nick que quer ficar grávida e ele faz o exame de fertilidade em uma clínica. Realmente não sei se ela queria mesmo ter um filho – como forma de tentar melhorar a situação entre os dois e voltar a ser a “esposa ideal” – ou se ela já estava planejando o seu desaparecimento e, por algum motivo – talvez ela iria se autoinseminar com o esperma dele para ficar grávida e dar positivo no exame de gravidez que seria descoberto posteriormente pela detetive e que comoveria ainda mais a opinião pública, mas ela não precisou de fazer isso já que conseguiu pegar a urina da vizinha gestante – pediu para que Nick fizesse o tal exame.
E quando é que Amy decide desaparecer e arruinar a vida do marido? No filme ficou bem claro (pelo menos para mim) que a gota d’água foi ter descoberto que Nick estava a traindo. Isso com certeza deve ter a deixado louca da vida, uma vez que colocava em sério risco o plano de tentar melhorar seu casamento e voltar a ser a "esposa ideal”. E, pior: aumentava drasticamente o risco de Nick pedir o divórcio a qualquer momento – ou alguém poderia descobrir que ele estava tendo um caso – e tudo vir a público, o que iria arruinar a imagem de Amy para sempre. Todos passariam a vê-la como uma coitadinha que foi trocada por outra, ela seria apenas “mais uma mulher” que fracassou como esposa e foi abandonada pelo marido........ou seja, seria a prova viva de que não era perfeita, de que ela não era a Amazing Amy. Afinal, a sua versão literária jamais seria traída, jamais seria abandonada pelo marido e jamais teria um casamento fracassado.
Obviamente, ela não poderia deixar isso acontecer. Foi então que começou a armar um plano muito mais ambicioso do que qualquer outro de sua vida: e se ela desaparecesse e fizesse com que Nick fosse incriminado? E, melhor ainda, deixar um diário contando como boa esposa ela era e como fazia de tudo para salvar seu casamento, enquanto que o marido a maltratava e até mesmo passou a ser uma ameaça à sua vida? E ainda tem como melhorar: por que não ser a esposa perfeita GRÁVIDA que foi assassinada pelo marido que só queria seu dinheiro?
Plano perfeito. A sua imagem de Amazing Amy ficaria intacta e eternizada por milhares de pessoas! E Nick seria odiado, incriminado e condenado à pena de morte. Brilhante. Agora era só fazer tudo dar certo. E ela estava mais que disposta a fazer dar certo. Seria capaz até mesmo de se matar, se isso fosse necessário para incriminar o marido (o que não foi).
As coisas, porém, não saíram bem como o esperado e ela teve de pedir ajuda à Desi, um caro rico que sempre foi loucamente apaixonado por ela e era capaz de fazer qualquer coisa que pedisse. Então, depois de ser enganado por Amy (que contou um monte de mentiras para justificar o porquê de ter desaparecido), ofereceu sua casa bem luxuosa (e segura, com várias câmeras de vigilância) para que ela morasse até que a situação toda fosse resolvida. Só que ele não estava fazendo esse favor de graça. Tinha um preço: não queria mais ser “enrolado” e começou a cobrar isso dela.
Amy provavelmente ainda não sabia o que fazer: como se livrar de Desi se precisava dele? Será que era melhor fugir com ele e depois dar um jeito de se livrar desse chato? Enfim, ainda não tinha um plano definido..........até assistir à entrevista de Nick no programa de TV e ouvir seu depoimento pedindo desculpas pela traição e pedindo que a esposa voltasse para ele.......UAU! Por essa Amy não esperava! Tinha se esquecido de como seu marido podia ser manipulador, engenhoso, charmoso, sexy......
Foi então que ela começou a pensar: se Nick está disposto a tentar salvar a imagem de “casal perfeito”, por que não voltar para ele e continuar com o plano original de casamento perfeito, família perfeita, tudo perfeito? Isso. Estava decidido. Agora era só pensar em como fazer isso e em como se livrar de Desi..........ah, por que não matar dois coelhos com uma cajadada só? Sim, é só culpar esse chato por tudo e justificar sua morte como sendo legítima defesa. Brilhante!
Sem perder tempo, Amy coloca seu plano para funcionar: arma a situação toda para poder incriminar Desi, assassina-o, volta para casa e explica para todos o que aconteceu. Até aí, foi tudo muito bem: a polícia, a mídia e o povo acreditaram em sua história e estavam todos comovidos com o amor do casal, que teria um novo recomeço............o único problema agora era convencer Nick a participar do “teatro” junto com ela, mas ele estava muito relutante, tentando encontrar alguma forma de se separar dela e provar que ela era a vilã de toda a história.
Amy tem então a brilhante ideia de se autoinseminar com o esperma dele – que havia ficado guardado na clínica onde tinha feito o exame de fertilidade – e ficar grávida. Afinal, é a melhor maneira de tentar prender um homem em um relacionamento, não é?! rsrsrs E assim ela faz, engravida e conta para Nick.............e dá certo! ele para de relutar e aceita fazer parte do “teatrinho”. Pronto, agora Amy pode finalmente relaxar. Sua imagem de Amazing Amy está muito bem resguardada.

Nick        
Como só assisiti ao filme, não tenho muitas condições de analisar o Nick. Se tivesse lido o livro, provavelmente conseguiria entender um pouco mais desse personagem tão estranho. Pesquisei sobre ele em alguns blogs e me ajudou um pouco, mas nada que clareasse muito as ideias. Vale a pena transcrever uma observação bem interessante que li no blog Chat Feminino, a dona do post tinha assistido ao filme e depois leu o livro:
“Depois de dar uma enrolada na leitura, finalmente terminei e vim escrever aqui sobre porque: fiquei muito chocada com a descrição perfeita da mente doentia dos dois personagens. No filme você só percebe que Amy é mentalmente insana, mas ao ler o livro, Nick também não deixa a desejar na loucura não.” (Retirado do post [Livro] – Garota Exemplar do blog Chat Feminino)
Pois é, não tem como explorar muito o psicológico de Nick só pelo filme. Imagino que a maioria das pessoas o vê como um coitadinho vítima da sociopatia da esposa. Foi esse o meu pensamento logo que terminei de assistir, mas, depois de refletir um pouco mais sobre isso, vi que tem algumas cenas que mostram um pouco da personalidade estranha desse personagem. SIM, ele é estranho.
Primeiro, ficou bem claro que Nick não dava a mínima para a esposa. Pelo contrário, estava contente por ela ter desaparecido. No começo, esse comportamento causa de fato uma estranheza no espectador, mas, depois que descobrimos a verdade sobre Amy, a atitude do marido passa a ser totalmente justificável. Só que, pensando bem, será mesmo?
Como já disse antes, acredito sim que Amy se esforçava para ser a "esposa ideal” e, mesmo quando ela não estava mais conseguindo manter essa imagem – depois que o casamento começou a entrar em crise, com os problemas financeiros e a mudança para a cidade natal do marido –, não acho que ela tenha se tornado uma pessoa insuportável. Ela certamente não conseguia deixar de mostrar a sua insatisfação com tudo aquilo, mas provavelmente ainda tentava resgatar a imagem da esposa perfeita........     
O que quero dizer é: Amy, até então, não tinha se mostrado ser uma pessoa horrível; Nick não aguentava mais morar com ela porque já não dava a mínima para o seu casamento e, como já disse umas quinhentas vezes, só não pedia o divórcio por causa da questão financeira. Logo, Amy nunca deu motivo forte o suficiente que justificasse a frieza do marido em face de seu desaparecimento (lembrando que, no início, ele não fazia nem ideia do que estava acontecendo, só depois é que começou a suspeitar de que tudo pudesse ser armação dela).
Além de ser estranhamente frio, Nick é também um mentiroso muito cara de pau. No início das investigações, quando o seu affair com Andie ainda não tinha vindo à tona, ele falava que amava muito a esposa e que a queria de volta. Daí eu pergunto: por que não contar a verdade? Era só falar que, apesar de o seu casamento estar indo mal, ele não queria que nada de mal acontecesse à Amy. Pronto. Só isso. Seria muito melhor do que ficar mentindo descaradamente que a ama, quando na verdade todos já tinham percebido que ele não dava a mínima.
E Nick foi muito canalha com a Andie, falando que iria se separar da mulher, mas, na verdade, acho que ele só ficava enrolando a coitada da moça. Afinal, a sua situação financeira ainda não era boa, os bens estavam no nome da esposa e ele já tinha a Andie para o sexo (duvido que ele queria ter algo sério com ela). Logo, não vejo o que ganharia se separando de Amy. Pelo contrário, só sairia no prejuízo, isso sim. Compensava muito mais continuar do jeito que estava, já que a única coisa que ele teria que aguentar seria olhar para a cara da esposa vez ou outra no dia.
Outra coisa que não poderia ficar de fora da nossa análise é a entrevista de Nick no programa de TV............sério, O QUE FOI AQUILO?! O cara mal conseguia convencer o advogado e a irmã (nos "treinos" dele antes de entrar no ar), e aí, quando chega no programa, na frente de um monte de câmeras e ao lado da apresentadora mais víbora do planeta, ela simplesmente faz um discurso daqueles na maior tranquilidade???
Achei muito, muito, muito estranho..........mas, de qualquer maneira, uma coisa é certa: ele mostrou que consegue ser bem manipulador e convincente quando quer. Aposto que um dos motivos pelo qual Amy quis voltar para casa – além de ter percebido que Nick estava disposto a jogar o jogo dela de voltarem a ser o “casal perfeito” – foi ter se surpreendido com a capacidade do marido de convencer as pessoas de que não era assassino, talvez conseguisse até mesmo convencer os jurados e se livrar da pena de morte. E aí o plano de Amy não sairia como o esperado........
Então Amy volta para a casa e para o marido. Por um lado, deve ter sido um alívio para Nick, que não seria mais acusado de assassinato, mas, por outro, deve ter sido muito frustrante se deparar com a realidade de que ainda sim ela sairia da situação como vítima. Ele provavelmente esperava que a polícia descobriria a verdade, mas não foi o caso. A sua esposa era a queridinha de todos e, se Nick a abandonasse naquele momento, seria odiado pelas pessoas. Por isso, ele decide continuar com ela até que fosse mais oportuno pedir o divórcio.....
Na verdade, acho isso tudo muito estranho: se Nick quisesse mesmo se separar dela, por que não tentou fugir ou alguma coisa do tipo? Dane-se a opinião pública colega, você está morando com uma assassina à sangue frio, então FOGEEEEEEEEE!!!!!!! Eu sei que não é tão simples assim fugir da cidade (ou mesmo do país, o que seria mais apropriado nesse caso rsrs), mas, em uma situação dessas, o mínimo que uma pessoa normal faria seria pelo menos tentar sumir do mapa, certo?! E não foi o que ele fez (pelo menos não tinha no filme e não li nada disso nos comentários sobre o livro), ao invés disso, ele preferiu ficar tentando provar que ela era a verdadeira vilã da história.
Daí eu me pergunto: para que tentar destruir a imagem dela? Dane-se o que as pessoas pensam, dane-se se nunca vão saber quem Amy realmente é, dane-se se ele for odiado por abandoná-la. Só foca em tentar fugir e se livrar disso tudo! É só isso o que importa, o resto é resto........mas, como já disse, me parece que a maior preocupação de Nick era a de destruir a sua mulher, tanto é que tinha até começado a escrever um livro sobre quem ela realmente era (relembrando, no filme ele não escreve nada, apenas planeja contar tudo na entrevista para o programa de TV), o que é muito estranho. Me parece que Nick queria tomar o lugar de Amy de “vítima mais querida de todos os tempos”, queria ser o protagonista da história, o herói do povo........acho que ele tinha mais inveja do que medo da esposa, isso sim!
Contudo, Nick desiste do livro que estava escrevendo (no filme, desiste de contar a verdade na entrevista) ao saber que Amy está grávida. Além disso, concordar em continuar com ela e participar do teatrinho de “casal perfeito”. A principal justificativa de sua atitude era a de proteger o seu filho da esposa sociopata, mas não sei bem se é isso mesmo (afinal, o personagem se mostrou ser bastante frio e não sei até onde vai essa frieza) ou se é porque ele simplesmente reconheceu que não tinha chance de competir com ela – iria ser muito mais difícil destruir sua imagem de “queridinha do povo” estando grávida – e decidiu pela opção mais cômoda: continuar ali com ela, ganhando bem com o bar (que passou a ser um sucesso), aparecendo na TV de vez em quando.........não era exatamente o que ele queria – já que a sua maior ambição era ter tomado o lugar de herói – mas dava para o gasto.
Então é isso gente, quero deixar claro que essa análise foi apenas para nos divertirmos (adoro fazer teorias hehe) e não para contar verdades absolutas. Como não li o livro, é provável que muitas coisas que falei estejam equivocadas – e, se for o caso, fiquem à vontade para me criticar, desde que seja de maneira respeitosa – Também não se esqueça de deixar o link do seu blog, fan page, Google +, etc, nos comentários, retribuo inscrições e curtidas, é só me avisar! Ah, para quem curte teorias de filmes, não perca o meu post Paradoxo do Tempo em Interstellar: Possíveis Teorias.

 Bjs exemplares, Tati.  

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